quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DIA DAS CRIANÇAS SEM ARMA


Brasília – Amarelas, verde-limão, alaranjadas, em cores berrantes, as armas de brinquedo estão presentes em 96 modelos certificados pelo Inmetro e nas mãos de crianças e adolescentes. Enquanto a brincadeira de matar e morrer, mocinho e bandido, divide a opinião de pesquisadores, as tais armas resistem às campanhas de desarmamento infantil e ao endurecimento da legislação. Desde a Lei 9.437, de 1997, é proibida a fabricação, venda, comercialização e importação de armas de brinquedos que possam ser confundidas com as de verdade. O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826), de 2003, acabou revogando a lei, mas manteve a norma. A partir de então, as armas ganharam formas e cores marcantes e se tornaram mais presentes na indumentária dos bonecos. E se as atuais crianças encontram um amplo e colorido mercado à disposição, os adolescentes começaram a se voltar para as armas de brinquedo — semelhantes às verdadeiras e não recomendadas a menores de 18 anos — que podem ser importadas apenas sob autorização do Exército brasileiro.
O assunto saiu do âmbito familiar e voltou ao Congresso. O deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) propôs um projeto de lei alterando o Estatuto do Desarmamento, com o objetivo de proibir a fabricação, comercialização e importação de qualquer arma de brinquedo — mesmo as coloridas. “Ao manusear armas de brinquedo, a criança cresce com o sentimento de que isso é natural, o que induz a uma possibilidade de envolvimento com violência na fase adulta”, defende. O argumento, ao que parece, foi pouco eficaz: o projeto terminou arquivado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Ninguém diz claramente, mas um projeto com esse teor encontra a oposição de gigantes como a fabricante internacional Hasbro, que tem uma linha de brinquedos de ação. Em nota, a Hasbro sustenta que a linha “estimula a brincadeira aliada à atividade física”.
Em um mundo tão violento, com tantos valores éticos e morais a serem transmitidos as crianças, talvez as arminhas de brinquedos não seja um bom presente para elas, em meio a tantas opções, um brinquedo, um livro ou um instrumento musical, são uma das melhores ferramentas para colocar em suas mãos.
A campanha para os adultos sobre o desarmamento já tem dados bons resultados e muitas pessoas voluntariamente entregaram suas armas, então porque as arminhas seriam um bom presente para nossos filhos, quando existem campanhas de Desarme-se para os adultos?

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